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terça-feira, 15 de setembro de 2015

Abominável livro velho

ENC: [MVIBRASIL] Paródia: Abominável livro velho 


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Renato Barbato

17:11 (Há 4 horas)
para Renato
Olá para todos.
Gente, essa paródia é fenomenal, muito coerente e pertinente com a data que se aproxima, o Dia da Pessoa com Deficiência.
E os intérpretes, são um caso à parte, muito simpáticos.
Renato Barbato
Locutor e apresentador
Se você quer um mundo diferente, seja diferente, faça a diferença.


De: MVIBRASIL@yahoogrupos.com.br [mailto:MVIBRASIL@yahoogrupos.com.br]
Enviada em: terça-feira, 15 de setembro de 2015 15:42
Para: mvibRASIL@yahoogrupos.com.br
Assunto: [MVIBRASIL] Paródia: Abominável livro velho


Abominável livro velho
Paródia de “Admirável gado novo” de Zé Ramalho
Intérpretes: Alvin e os esquilos
Contextualização: Em homenagem à SMPED, Secretaria Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência e Mobilidade Reduzida de São Paulo. Essa secretaria prometeu a adaptação de 100% das bibliotecas da cidade para uso de pessoas com deficiência visual. Até o momento temos a mesma meia dúzia de sempre, e são mais de 150 bibliotecas na cidade. Oferecemos também essa paródia à última Bienal Internacional do Livro, a maior vitrine nacional da exclusão da pessoa cega frente ao mercado editorial. Nossa outra homenageada é a Fundação Dorina e seu projeto “Dorinateca”, mais um gueto de livros para pessoas cegas, excluídas do mercado livreiro em geral.

Letra adaptada:

Ôôôôôô... boi
Vocês que prometeram a essa massa
Espaços acessíveis, no futuro
Dizendo que iriam adaptar
Bibliotecas, para todo mundo ler.

Na verdade não passou de sacanagem
Querem mais é ver o cego se foder
Os aparelhos ainda estão nas embalagens
Lacrados, sem ter como atender.

Continuem cantando com a gente em:

E atenção!!!

Depois de uma longa negociação de termos como direitos autorais, camarins requintados e demais excentricidades costumeiras de grandes celebridades, conseguimos contratar o esquilo alvim e seus irmãos para serem os intérpretes das nossas paródias. Agora, com essa ajuda estrelada, elas vão ficar muito mais legais.

Assim, não deixe de curtir essa primeira paródia musicada e aos poucos vamos atualizando as anteriores para nossos amigos esquilos soltarem a voz.

Boa diversão, sem deixar de ser crítico é claro!!  

Abs.

Naziberto Lopes

Conheça o MOLLA – Movimento pelo Livro e Leitura Acessíveis


"Os livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas" (Mário Quintana)
__._,_.___

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Livro Digital - uma ferramenta valiosíssima para o Brasil


O livro digital no Brasil
O Brasil é um país gigantesco que merece estratégias ágeis de acesso à cultura. A internet (e mais sistemas de transmissão) pode salvar milhões de brasileiros e brasileiras da ignorância, desde que os custos diminuam, aumente a acessibilidade aos meios de comunicação, exista oferta abundante de livros digitais de modo que obras didáticas até romances possam ser adquiridos pela grande maioria de nossos compatriotas.
O MEC, as secretarias estaduais e municipais podem produzir material para utilização de suas escolas urbanas e rurais, assim como ONGs dedicadas à educação. Muitos livros excelentes existem à disposição de leitores que saibam acessar portais livres. Nossos mestres precisam saber fazer acontecer. O fundamental é valorizar o livro digital e criar, produzir e distribuir leitores digitais ou simples computadores para aproveitamento desse imenso potencial que é a internet universal.
A importância da WEB transcende interesses comerciais e deve se transformar em objeto de atenção privilegiada de todos nós.
Infelizmente a telefonia móvel vive os modismos, criando falsas impressões em relação ao que poderíamos dispor há muitos anos, independentemente do número de Gs. A favor da literatura não há necessidade de milhões de antenas, de super-sistemas; o essencial será a redução drástica dos custos dos suportes, dos aparelhos para servirem qualquer cidadão, assim como a oferta de títulos em português e com recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência(s).
Note-se que um bom aparelho de leitura de livro digital (portátil ou não (um simples PC, notebook etc.)) poderá ampliar textos, ser conectado a sistemas de som, gerar figuras, ser conectado a impressoras, portar tradutores, etc. Gradativamente softwares mais avançados serão criados viabilizando soluções fantásticas.
Gasta-se muito dinheiro, ano a ano, com livros didáticos convencionais, muitos de qualidade discutível. Os livros digitais podem ser atualizados, corrigidos e aprimorados diariamente, basta existir um padrão de conexão nas escolas com acesso à internet. Isso, com certeza, afeta uma indústria que o contribuinte paga. O pior, contudo, é a falta de flexibilidade em livros de papel. Muita discussão aconteceu em torno dos livros distribuídos. O Brasil é gigantesco e querer padronizar textos e mensagens é até criminoso, afinal todos têm o direito de preservar e viver dentro da cultura de seus pais e amigos. Não é assim com as comunidades indígenas?
O aparelho portátil para residência do livro digital é leve, muito mais fácil de ser transportado do que pesadas obras de papel. Nas grandes cidades o preço do metro quadrado de construção cresce sem parar. Estantes com possibilidade de fechamento (nunca esquecendo a poeira, ácaros, alergias) são caras e vão ficando pesadíssimas. Ocupam espaços preciosos em pequenas residências.
Fontes de energia elétrica não convencionais (fotovoltaica, micros geradores eólicos, geração de energia com detritos etc.) podem abastecer escolas distantes de redes de energia. Os conversores de frequência de PCs não são exigentes...
Com certeza o livro clássico causa nostalgia. Muitos entram para a história de seus leitores...
Precisamos, contudo, aproveitar ao máximo as soluções inovadoras a favor da redução de custos, mais saúde, funcionalidade e precisão, rigor.
Século 21, tempo revolucionário por excelência. Assusta os mais velhos e encanta as novas gerações cujas crianças muitas vezes são obrigadas a carregar pesos enormes com livros que poderiam ser armazenados em pequenas lousas eletrônicas portáteis. Para quê castigar as crianças?
O livro atual teve predecessores em rolos de pergaminho, papiros e talvez folhas de algumas plantas e cascas de árvores. O tempo dos tijolos existiu assim como o dos metais, pedras e tambores. Imaginem o que para muitas gerações significou mudar de padrões.
A natureza é dinâmica, nada impede que alguma catástrofe devolva a Humanidade ao tempo das pedras. Enquanto pudermos, contudo, devemos evoluir e aprimorar as oportunidades que a Engenharia, empreendedores e a criatividade de alguns gênios da Humanidade estão produzindo.
O Brasil, os brasileiros e brasileiras do futuro precisam disso.
Cascaes
18.08.2015

Possibilidades DidáTico PedagóGicas De UtilizaçãO De Av As

Livro Digital e as Livrarias Brasileiras

O mundo novo da literatura digital




Literatura século 21 – um mundo ilimitado
A Humanidade sempre teve artistas, pessoas inspiradas e capazes de se expressarem por sinais e sons entre seus contemporâneos. Gradativamente evoluiu e assim aprendeu a desenhar em paredes de cavernas e provavelmente em outros ambientes. As profundezas da Terra ainda poderão mostrar muito assim como monumentos, pirâmides e, sem esquecer, nos cemitérios mais antigos, onde ritualmente aqueles que trabalhavam com os restos mortais de amigos e amigas, reis, sacerdotes e guerreiros criavam ambientes que imaginavam agradar espíritos ou afugentar aqueles indesejáveis.
Com o tempo, há milhares de anos, placas de pedras e barro, provavelmente também de outros materiais que não resistiram ao tempo, passaram a conter mensagens, ordens, impostos e até elogios e poesias (?).
A invenção do papel em seus formatos primitivos (papiros, rolos e possivelmente até folhas de plantas) criou condições para o registro de pensamentos religiosos, militares e até administrativos. Gradativamente o ser humano se deixou conquistar pelas maravilhas da natureza (dentro e fora de si) passando a fazer o que podemos chamar de literatura, obras de arte, expressões de alegria, admiração, tristeza, medo, júbilo, pesar...
O senso estético, via de regra definido pelos mais fortes, ganhou espaço assim como a coragem para registrar sentimentos mais profundos.
O papel e técnicas de impressão mudaram a história da humanidade. Nada mais difícil de combater do que pensamentos, ideias, utopias, sonhos e vontade de construir um mundo diferente, principalmente quando esses pensamentos descobrem formas de propagação, furando censuras e punições.
Registrar, escrever, propagar pensamentos, técnicas, ciências exatas e inexatas ganharam um impulso irresistível...
Maravilhosamente estamos no século 21 quando todos, com poucas exceções, podem (e mais e mais) dizer o que pensam e mostrar suas propostas à Humanidade inteira. Quantos vão se interessar pelas nossas escritas? Não sabemos, não saberemos nunca, mas se tiverem algum valor poderão influir na vida de alguém capaz de acrescentar mais palavras, enriquecendo nossas teses e sonhos.
Falando tecnicamente temos o mundo WEB, a internet. Nesse espaço as mensagens, textos, livros, filmes... surgiram com palavras e objetos novos: blogs, You Tube, redes sociais, WhatsApp, telefones celulares ... que filmam, fotografam, mandam mensagens escritas e orais de toda espécie assim como via computadores em inúmeros formatos.
Qualquer pessoa tendo liberdade, poderá escrever.
Sobre qualquer tipo de papel podemos escrever qualquer coisa, de um palavrão a tratados de filosofia.
Mais ainda, nesses tempos modernos podemos gerar arquivos de valor imensurável para nossos descendentes.
Como é bom existir, lembrar, escutar a voz, ver a imagem, as letras e textos daqueles que se foram há muito tempo. Isso era difícil, caro, complicado; agora, contudo, temos os blogs e portais onde poderemos guardar durante muito tempo o que desejarmos.
Podemos usar o tempo que dispomos para muitas coisas dentro do espaço que tivermos. Grandes líderes e pensadores produziram obras primas, eternas, até o último momento de vida em alguma prisão ou esperando o momento de morrer no cadafalso. São pessoas que conquistaram o respeito e a eternidade entre nós.
A vida complexa é uma escola, ensina muito. Todos podemos e, na nossa opinião, devemos transformar o que aprendemos em lições ou exemplos de vida. Se de alguma forma se um ser superior existe e é responsável pela nossa existência Ele deve pretender que sejamos úteis a todos aqueles que Ele criou.


Cascaes

Colando da Wikipedia

Livro Digital – colagem da Wikipédia em 18 de agosto de 2015


Livro digital (livro eletrónico/eletrônico ou o anglicismo e-book) é qualquer conteúdo de informação, semelhante a um livro, em formato digital, que pode ser lido em equipamentos eletrônicos - computadores, PDAs, Leitor de livros digitais ou até mesmo celulares que suportem esse recurso.[1]
Os formatos mais comuns de Ebooks são o PDF, HTML e o ePUB. O primeiro formato necessita do conhecido leitor de arquivos Acrobat Reader ou outro programa compatível, enquanto que o segundo precisa de um navegador de Internet para ser aberto. O Epub é um formato de arquivo digital padrão específico para ebooks.
Por ser um dispositivo de armazenamento de pouco custo, e de fácil acesso devido à propagação da Internet nas escolas, pode ser vendido ou até mesmo disponibilizado para download em alguns portais de Internet gratuitos.
Origem e evolução[editar | editar código-fonte]
Não existe um consenso sobre qual o primeiro livro digital. Alguns apontam o Index Thomisticus, um índice anotado dos trabalhos de Tomás de Aquino, feito por Roberto Busa no final da década de 1940. Esse fato é muitas vezes omitido, talvez porque o texto digitalizado era (pelo menos inicialmente) uma forma de criar um índice e concordância, ao invés de uma edição publicável.


O mais forte candidato a criador do e-book é Michael Stern Hart, quando digitou a Declaração de Independência dos Estados Unidos da América em 1971[3] . Hart foi também o fundador do Projeto Gutenberg, o mais antigo produtor de livros eletrônicos do mundo.
Linha do Tempo
  • 1971: Michael Hart lidera o projecto Gutenberg que procura digitalizar livros de domínio público para oferecê-los gratuitamente.
  • 1993: Zahur Klemath Zapata registra o primeiro programa de livros digitais. Digital Book v.1, DBF.
  • 1993: Publica-se o primeiro livro digital: Do assassinato, considerado uma das belas artes, de Thomas de Quincey.
  • 1995: Amazon começa a vender livros através da Internet.
  • 1996: O projecto Gutenberg alcança os 1.000 livros digitalizados. A meta é um milhão.
  • 1998: São lançados ao mercado os leitores de livros electrónicos: Rocket ebook e Softbook.
  • 1998-1999: Surgem sítios na Internet que vendem livros electrónicos, como eReader.com e eReads.com.
  • 2000: Stephen King lança seu romance Riding Bullet em formato digital. Só pode ser lído em computadores.
  • 2002: As editoras Random House e HaperCollins começam a vender versões electrónicas dos seus títulos na Internet.
  • 2005: Amazon compra Mobipocket na sua estratégia sobre o livro electrónico.
  • 2006: Acordo entre Google en a Biblioteca Nacional do Brasil para digitalizar 2 milhões de títulos.
  • 2006: Sony lança o leitor Sony Reader que conta com a tecnologia da tinta electrónica.
  • 2007: Amazon lança o Kindle.
  • 2008: Adobe e Sony fazem compatíveis suas tecnologias de livros electrónicos (Leitor e DRM).
  • 2008: Sony lança seu PRS-505.
  • 2009: Barnes & Noble lança o Nook.
  • 2010: Apple lança o iPad.

Vantagens em relação ao livro tradicional
A principal vantagem do livro digital é sua portabilidade. Pode ser facilmente transportado em disquetesCD-ROMspen-drives e cartões de memória.
Como se encontra no formato digital, pode ser transmitido rapidamente por meio da Internet. Se um leitor que se encontra no Japão, por exemplo, tiver interesse em adquirir um livro digital vendido nos Estados Unidos ou no Brasil, pode adquiri-lo imediatamente e em alguns minutos estará lendo tranquilamente o seu e-book.
Outra vantagem é o preço. Como seu custo de produção e de entrega é inferior, um livro digital de alto padrão, como os encontrados em sítios especializados, pode chegar às mãos do leitor por um preço até 80% menor que um livro impresso, quando não for gratuito. Deve-se lembrar que o livro digital não precisa entrar em filas de impressão em gráficas, como ocorre tradicionalmente. Assim, uma vez prontos para distribuição, basta entrar em redes on-line de venda e distribuição.
Mas um dos grandes atrativos para livros digitais é o fato de já existirem softwares capazes de os ler, em tempo real, sem sotaques robotizados e ainda converter a leitura em uma mídia sonora, como o MP3, criando audio-books.

Direitos autorais
Assim como um livro tradicional, o e-book é protegido pelas leis de direitos autorais. Isso significa que eles não podem ser alterados, plagiados, distribuídos ou comercializados de nenhuma forma, sem expressa autorização de seu autor. No caso dos livros digitais gratuitos, devem ser observadas as regras e leis que regem as obras de domínio público ou registros de códigos abertos para distribuição livre.
Em 2010, os e-books continuaram a ganhar a quota de mercado para as versões em papel. Alguns editores de livros eletrônicos já começaram a distribuir os livros que estavam em domínio público. Ao mesmo tempo, os autores de livros que não foram aceitos pelos editores ofereceram seus trabalhos online para serem comprados e lidos. Além disso, a cópia e distribuição de livros protegidos por direitos autorais é muito menor do que a diferença com os discos. O motivo é demográfico, o complexo processamento digital e uma maior variedade de gostos e públicos. 
Apesar de a existência de direitos autorais garantir a rentabilidade dos livros, um estudo conduzido pela Universidade de Ilinois em Julho de 2013 mostrou que títulos protegidos tendem a acabar no esquecimento durante as décadas seguintes até que sejam reencontrados, após caírem em domínio público.



sexta-feira, 15 de maio de 2015

Saiba por que o Tratado Internacional do Livro Acessível, ou Tratado de Marrakech, prejudica as pessoas com deficiência visual. - tutelados quanto ao livro acessível

Renato Barbato

13:34 (Há 16 horas)

para Renato
Olá amigos.
Vejam as ponderações da amiga Késia sobre o Tratado de Marrakech.
Leiam e divulguem, precisamos barrar essa ratificação que jogará a pessoa com deficiência visual no limbo da educação e cultura.
O livro digital deve ser comercializado, para quem desejar e não ser prerrogativa de instituições filantrópicas decidir o que e quando o coitadinho do ceguinho irá ler.
Um grande abraço.
PAZ, LUZ E AMOR.
Renato Barbato


De: movimentocidadeparatodos@googlegroups.com [mailto:movimentocidadeparatodos@googlegroups.com
Enviada em: quinta-feira, 14 de maio de 2015 08:26

Saiba por que o Tratado Internacional do Livro Acessível, ou Tratado de
Marrakech, prejudica as pessoas com deficiência visual.

Por Késia Pontes

Olá pessoal, resolvi colocar algumas questões sobre este tratado para discutirmos, se não nos posicionarmos e este tratado for ratificado como
emenda constitucional, seremos tutelados quanto ao livro acessível e que não reclamem depois da tutela.

Colocarei os trechos do tratado entre aspas e abaixo faço as considerações.

Na parte das definições:
“a) “obras” significam as obras literárias e artísticas no sentido do Artigo 2.1 da Convenção de Berna sobre a Proteção de Obras Literárias e
Artísticas, em forma de texto, anotação e/ou ilustrações conexas, que tenham sido publicadas ou tornadas disponíveis publicamente por qualquer meio.”
No documento, por parte “contratante” leia-se ONGs e instituições de caridade que sobrevivem desse tipo de projeto.

Agora vem a armadilha:
“ Declaração acordada relativa ao Artigo 2º(a): Para os efeitos do  presente Tratado, fica entendido que nesta definição se encontram compreendidas as obras em formato áudio, como os audiolivros.”

Vejam que o tratado começa a definir um formato para a disponibilização de livros acessíveis à pessoa cega quando cita o livro em áudio, o que nos prejudicará bastante porque nos fará dependentes das instituições ssistencialistas, como veremos em seguida. O correto seria que não se definisse o formato, mas que este fosse compatível com o desenho universal, para que tenhamos acesso ao texto e possamos manipulá-lo para fins acadêmicos e em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.

“b) “exemplar em formato acessível” significa a reprodução de uma obra de maneira a permitir aos beneficiários acesso à leitura de maneira tão prática e cômoda quanto é para uma pessoa sem deficiência visual ou sem outras dificuldades.

"O exemplar em formato acessível é utilizado exclusivamente por beneficiários e deve respeitar a integridade da obra original, levando em devida consideração as alterações necessárias para tornar a obra acessível no formato alternativo e as necessidades de acessibilidade dos beneficiários.”

Vejam que neste trecho, embora tenham ressaltado as necessárias adaptações nos livros,  
colocaram o formato em áudio como exemplo, ficando implícito que as obras seriam disponibilizadas neste formato. O tratado também nos coloca na posição de beneficiários e não de consumidores com todo direito de escolher o livro segundo nossas necessidades. É claro que as editoras precisam ser resguardadas quanto aos direitos autorais, porém, quando se trata de consumidores com deficiência, a obra tem de ser disponibilizada acessível e pronto, por meio de formatos que nos tragam autonomia de manuseio e também de escolha das obras que queremos comprar. Transformar-nos em beneficiários é incentivar a caridade. Quanto mais universal for o formato da obra produzida, menos adaptações serão necessárias no formato do texto original  no tocante às necessidades das pessoas com deficiência visual. Além disso, recursos como as descrições de imagens e gráficos poderão ser facilmente produzidos diretamente pelas editoras com profissionais capacitados para tal.

Muitos recursos que pensamos ser exclusivos para pessoas cegas e com baixa visão atendem a uma infinidade de pessoas, como as idosas,  com dislexia e deficiência intelectual, entre outras.

Abaixo, pode-se ver quem realmente é beneficiado por este tratado e que, ao contrário da ideia de transversalidade, nos coloca dependentes de instituições assistencialistas:

“A entidade autorizada estabelecerá suas próprias práticas e as aplicará:
i) para determinar que as pessoas a que serve são beneficiárias;
ii) para limitar aos beneficiários e/ou às entidades autorizadas a
distribuição e colocação à disposição de exemplares em formato acessível;
iii) para desencorajar a reprodução, distribuição e colocação à disposição de exemplares não autorizados; e
iv) para exercer o devido cuidado no uso dos exemplares das obras e manter os registros deste uso, respeitando a privacidade dos beneficiários em conformidade com o Artigo 8º.”

Vejam que o tratado joga a responsabilidade para ONGs e entidades especializadas, mas isenta as editoras da responsabilidade pelos livros que edita. Além disso, não oferece diretrizes para a adaptação das obras e confere às ONGs e entidades especializadas poder de decidir como
publicar, o que publicar e a quem as publicações serão destinadas e, ainda mais, quais livros elas julgam que não são publicados em formatos legalmente reconhecidos, o que não existe no Brasil, pois não houve regulamentação sobre o que seria livro acessível. A Lei do Livro, de número 10.753/2003, lei esta que organiza, disciplina, estimula e fomenta o mercado editorial brasileiro, em vigor há onze anos, ainda não foi regulamentada em seus Incisos VII e VIII do Art. 2°, justamente aqueles que disciplinam a produção de livros em formatos acessíveis para pessoas com deficiência visual.

Ademais, ignora-se descaradamente a Lei dos Direitos Autorais, de número 9.610/1998, em seu Art. 46, Inciso I, Alínea d, além da Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, Decreto Legislativo 186/2008, em seu Art. 30, Inciso I c e Inciso III, lembrando que essa Convenção foi ratificada no Brasil como Emenda Constitucional.

O Tratado de Marrakech é a ratificação do que já ocorre no Brasil e irá se espalhar por outros países, principalmente pobres. As instituições assistencialistas fazem contratos com as editoras, que fornecem os arquivos digitalizados para
que elas os transformem em áudio e, é bom destacar, sem qualquer qualidade: já ouvi vários relatos de pessoas que receberam audiolivros
com erros, ruídos, pessoas conversando atrás, má
leitura etc. O audiolivro fere a ideia de desenho universal e não dá à pessoa com deficiência acesso ao conteúdo do livro, tal qual formatos
como o  DAISY, cujo acesso ao conteúdo se dá por texto simples, totalmente desconfigurado e complicado de adequar ao uso científico.


Diante disso deixo algumas perguntas: por que estabelece-se que a disponibilidade de livros em formato acessível tem de ser em formato alternativo e não dentro do desenho universal? Por que a disponibilização de livros neste tal formato alternativo, leia-se audiolivros, não pode ser feita com fins lucrativos por parte das editoras?

Nesse sentido, cerca de 6,5 milhões de pessoas cegas e com baixa visão no Brasil, segundo último censo do IBGE do ano de 2010, não têm
garantido o direito fundamental de acesso aos livros, uma vez que editoras ou qualquer outra fonte produtora de leitura no Brasil estão oficialmente isentas da obrigação de proporcionar acessibilidade a seus produtos, resultando nessa gigantesca e inaceitável exclusão do universo do conhecimento e da informação.

Késia Pontes
Historiadora, Mestre e Doutoranda na linha Trabalho e Movimentos sociais
Servidora da Biblioteca Central da UFU - Campus Santa Mônica
Skype: Kesiahistoria
Twitter: @Késia_Pontes
Facebook: kesia.pontes

sexta-feira, 27 de março de 2015

BIBLIOTECA DIGITAL DE OBRAS RARAS, ESPECIAIS E DOCUMENTAÇÃO HISTÓRICA DA USP

http://www.obrasraras.usp.br/

Gradativamente no Brasil a literatura em ambeinte WEB e digital ganha excelentes contribuições