Universalização do Ensino – Universidades abertas
– formação profissional acessível a todos
Estamos chegando a um ponto magnífico na formação
universitária que pela primeira vez merece essa qualificação com muitos
significados: Universidade.
Par e passo os meios de comunicação evoluem assim
como recursos de processamento de informações, registro, arquivo, transporte de
diversas formas (DVD, pendrive, computadores etc.) e interfaces homem-máquina.
Os sistemas convencionais, a despeito de cotas,
teorias de inclusão e outras palavras bonitas é restritivo. Depende de
vestibulares e espaços limitados assim como da disponibilidade dos estudantes e
a capacidade (financeira, tempo, saúde, existência de escolas etc.) que tiverem
de acesso às Universidades. Tudo isso transforma essas escolas em ambientes de
pessoas próximas e com condições financeiras de transitar, não trabalhar e se
trabalhar viver um período infernal, optar entre a família e os estudos em
locais distantes de seu ambiente familiar e social.
Pior ainda, a precariedade de um sem número de
escolas à medida que chegam ao final do ensino fundamental, aliada à penúria de
milhões de famílias, praticamente bloqueia o acesso desses estudantes ao ensino
superior. Muitas faculdades acabam gastando seu dois primeiros anos em aulas
que equivalem a um “terceirão”, ou seja, perdem tempo no espaço disponível para
a conquista do diploma.
Felizmente o Brasil saiu de suas décadas perdidas
e agora carece de profissionais. Um grande estímulo ao estudo e um tremendo
desafio educacional.
A análise (PROPOSTA PARA INCENTIVO À FORMAÇÃO DE ENGENHEIROS NO
BRASIL)
merece ser lida assim como, agora, a possibilidade de uma revolução (felizmente,
maravilhosamente) em métodos e recursos para formação profissional.
Deve-se discutir objetivos, método, padrões e a
acessibilidade à Universidade. (Cascaes, A formação do Engenheiro
e ser Engenheiro) ,
a velocidade das transformações fazem com que ao ingressar em algum curso, ao
final dele o formando descobrir que tudo o que aprendeu e desvalorizou,
enquanto outras carreira aparecem radiantes e felizes.
De alguma forma a Universidades, principalmente,
precisa se desconectar da rigidez de cursos convencionais.
A luta não é simples, pois dentro e fora das
escolas as resistências a mudanças são grandes.
Pessoas mais velhas, normalmente em cargo de
comando, não veem com simpatia as facilidades modernas.
Pior ainda é a visão egocêntrica daqueles que já
formaram suas bases e vivem com tranquilidade com o fruto de seus diplomas.
Tradições corporativas criam inércias fortíssimas
na luta pelas inovações.
Comportamentos medievais, se não de muito antes,
sustentam corporações de ofício, gerando restrições ao trabalhador. Sob a
desculpa de defenderem profissionais matam vocações e inibem gente competente. Privilégios formais contra capacidades reais.
A burocratização do ensino afasta as pessoas do
principal: ter responsabilidade e competência para as atividades que pretendem
exercer. Critérios formais e burocráticos entopem repartições públicas e
empresas que mais cedo ou tarde enfrentarão dificuldades no cenário competitivo
da modernidade.
Em nossa vida profissional e familiar vimos
exemplos fantásticos de pessoas extremamente competentes, sem qualquer diploma
de nível superior.
Na vida comum são inúmeros aqueles que alegam
competência e nada fazem de forma correta. No Brasil os exemplos vão da Boate
Kiss (em pleno polo universitário, ou seja, frequentada por gente bem preparada
para agir contra aquele absurdo) até ruas urbanas importantes onde o pavimento
dura o intervalo entre eleições.
Precisamos, pois, generalizar o acesso a
informações para que todos, cidadãos e cidadãs, possam sem restrições
sensoriais, motoras, financeiras, intelectuais e outras aprender o que podem usando os meios mais
modernos de comunicação, processamento de dados, escola de cursos e por aí
afora, e, acima de tudo, exercer atividades que jogos inteligentes, escolas
competentes e entidades empresarias certificarem como capazes de realizar sua
atividades e habilidades após esses cursos que devem racionalizar suas
atividades permanentemente.
Vimos a maravilhosa reportagem (As melhores escolas do mundo a um clique de distância, 2013) que nos estimulou a
registrar nossa análise em (Ensinando, cadastrando e atraindo talentos, 2013) . Nesse artigo da
Anna Simas temos algumas indicações importantíssimas e dela outras
interessantes:
[ (Coursera) , (edX) , (UNIVESP) , (Canvas) , (Massive
open online course - MOOC) ] que já existem e,
no caso brasileiro, a UNIVESP começa a formar algo semelhante a congêneres
estrangeiras.
Obviamente sindicatos e corporações atuarão
energicamente para travar essa oportunidade de ascensão social e profissional
dos brasileiros, os diplomas obtidos, por enquanto, só valem como extensão
universitária, até quando?
O que todos precisam compreender é que as Universidades
convencionais brasileiras são anacrônicas, mal formatadas e majoritariamente
sem recursos suficientes para acolher o volume de alunos que o Brasil precisa
formar (exemplo: (Fábrica de engenheiros, 2013) ). O tempo é
reduzidíssimo para a ampliação e multiplicação de laboratórios, museus,
bibliotecas, centros de TI etc. de modo a satisfazer a demanda por
profissionais, mais ainda em locais remotos onde só barqueiros, tropeiros e
mateiros chegam.
Com os recursos mais modernos todos podem ser
alunos sem sair de suas casas, barraca ou palacetes. Do ensino fundamental ao pós-graduado
há como apoiar mestres e estudantes em qualquer lugar do Brasil à distância. É
ruim do ponto de vista socialização? Sim, mas isso foi perdido com a reforma do
ensino universitário na década de sessenta.
Dezenas de milhões de brasileiros poderão evoluir
profissionalmente se principalmente as Universidades e escolas técnicas aqui
existentes adotarem a lógica dos “Massive Open Line Courses - MOOC”[1]
(MOOCs: Top
10 Sites for Free Education With Elite Universities) em nossa língua (e
tropicalizando cursos teremos muito a ganhar).
Para tudo isso temos, infelizmente, a barreira
criada pelos tecnocratas na área educacional, muito próximos aos grandes grupos
corporativos nacionais principalmente em Brasília. Essa é nossa tragédia!
Para empresários, inclusive, é muito bom contar
com bons profissionais forçados a aceitar salários simbólicos por não serem
diplomados e aceitos em alguma entidade de classe, conselho profissional,
sindicato etc.
Nossa história elitizou o acesso e só recentemente
deu algum sinal de que isso poderá estar terminando. Critérios aristocráticos
condenaram o povo brasileiro e o Brasil a um atraso monumental.
Pior ainda para pessoas que além de restrições
financeiras carregam o pesadelo de serem PcD.
Pessoas com deficiências querendo frequentar aulas
convencionais precisam se deslocar por cidades selvagens, chegar às salas de
aula, submeter-se a professores sem preparo e vontade para atender e a falta
quase absoluta de recursos de comunicação e material didático.
Essa crueldade é reforçada numa época em que a
mídia gera a glorificação de superpoderes e competição radical. Nesse contexto
foi extremamente gratificante participar de uma reunião estimulada
insistentemente pelos amigos Dr. Rui Pilotto, eng. Antonio Borges dos Reis e a
amiga Regina Zanchi com as professoras Dra. Maria Emilia Daudt von der Heyde e
Elenice Mara Matos Novak na UFPR.
Em 14 de junho de 2013 (talvez uma data a ser
registrada com orgulho) estivemos em reunião para início de discussão de um
projeto para atendimento a pessoas com deficiência auditiva (Cascaes, A Pessoa com Deficiência Auditiva) . Para registro
formal entregamos o ofício (Cascaes, Ofício entregue hoje à UFPR - universidade e o deficiente
auditivo, 2013)
que esperamos criar motivação oficial em relação ao que nós colocamos nessa
reunião, inclusive a preocupação com o autismo (A Pessoa com Deficiência Intelectual, 2013) , algo que o Dr. Rui
Pilotto tem autoridade profissional para ser agente provocador na condição de
médico, pesquisador e professor da UFPR.
Felizmente assim podemos pensar que a UFPR poderá
criar um núcleo de pesquisa e desenvolvimento de soluções a favor das Pessoa
com Deficiência, preparar profissionais e, quem sabe, entrar para o mundo
século 21 do EAD, dos MOOCs, literatura técnica digital etc.
O que a tecnologia viabiliza é para nós uma
esperança antiga (Cascaes, Uma proposta de EAD) , pois sentimos em
relação a nossos filhos o que significa frequentar aulas com restrições visuais
ou auditivas. Além da frieza de muitos colegas enfrentaram a dificuldade de
aproveitamento de aulas convencionais, mal amparadas em literatura técnica,
criando barreiras enormes a pessoas inteligentes, capazes, mas “incomodando”
professores e alunos mal educados.
O que devemos e podemos fazer é aprender nos
mínimos detalhes o que esse mundo novo oferece; poderá se soubermos usar a
diferença entre a derrota e a vitória de nossos filhos, netos, bisnetos, amigo
e amigas.
João Carlos Cascaes
Curitiba, 17.6.2013
Canvas.
(s.d.). Fonte: Canvas Network:
https://www.canvas.net/?gclid=CPD1xoWc67cCFRDl7AoduHoABw
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: A formação do Engenheiro
e ser Engenheiro: http://aprender-e-ser-engenheiro.blogspot.com.br/
Cascaes, J. C. (14 de 6 de 2013). Fonte: A Pessoa com
Deficiência Intelectual:
https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=8912935561740925382#allposts
Cascaes, J. C. (16 de 6 de 2013). Ensinando,
cadastrando e atraindo talentos. Fonte: Ensino e literatura século 21:
http://ensino-e-literatura.blogspot.com.br/2013/06/ensinando-cadastrando-e-atraindo.html
Cascaes, J. C. (14 de 6 de 2013). Ofício entregue
hoje à UFPR - universidade e o deficiente auditivo. Fonte: A Pessoa com
Deficiência Auditiva Blog dedicado aos deficientes auditivos de diversas
formas:
http://surdosegentequeluta.blogspot.com.br/2013/06/oficio-entregue-hoje-ufpr-universidade.html
Cascaes, J. C. (s.d.). A Pessoa com Deficiência
Auditiva. Fonte: A Pessoa com Deficiência Auditiva Blog dedicado aos
deficientes auditivos de diversas formas.:
http://surdosegentequeluta.blogspot.com.br/
Cascaes, J. C. (s.d.). Uma proposta de EAD.
Fonte: Ensino e literatura século 21:
http://ensino-e-literatura.blogspot.com.br/2008/07/uma-proposta-de-ead.html
Coursera. (s.d.). Take
the world's best courses, online, for free. Fonte: Coursera: https://www.coursera.org/
Filho, R. L. (s.d.). PROPOSTA PARA INCENTIVO À
FORMAÇÃO DE ENGENHEIROS NO BRASIL. Fonte: Lobo & Asociados Consultoria
: http://www.institutolobo.org.br/imagens/pdf/artigos/art_052.pdf
Massive open online
course - MOOC. (s.d.). Fonte:
Wikipedia : http://en.wikipedia.org/wiki/Massive_open_online_course
MOOCs: Top 10 Sites
for Free Education With Elite Universities. (s.d.). Fonte: BDPA Detroit
Chapter:
http://www.bdpa-detroit.org/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=57:moocs-top-10-sites-for-free-education-with-elite-universities&catid=29:education&Itemid=20
NOGUEIRA, L. A. (1 de 3 de 2013). Fábrica de
engenheiros. Fonte: Isto É - Dinheiro:
http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/113520_FABRICA+DE+ENGENHEIROS
Simas, A. (16 de 6 de 2013). As melhores escolas do
mundo a um clique de distância. Gazeta do Povo, p. 12.
UNIVESP.
(s.d.). Fonte: UNIVESP - Universidade Virtual do Estado de São Paulo:
http://www.univesp.ensinosuperior.sp.gov.br/
[1] As MOOCs have
evolved, there appear to be two distinct types: those that emphasize the
connectivist philosophy, and those that resemble more traditional and
well-financed courses, such as those offered by Coursera and edX. To distinguish
between the two, Stephen Downes proposed the
terms "cMOOC" and "xMOOC".
Connectivist MOOCs are based on several principles stemming from connectivist
pedagogy. The principles include:
1.
Aggregation. The whole point of a
connectivist MOOC is to provide a starting point for a massive amount of
content to be produced in different places online, which is later aggregated as
a newsletter or a web page accessible to participants on a regular basis. This
is in contrast to traditional courses, where the content is prepared ahead of
time.
2.
The second principle is remixing, that is,
associating materials created within the course with each other and with
materials elsewhere.
3.
Re-purposing of aggregated and remixed
materials to suit the goals of each participant.
4.
Feeding forward, sharing of re-purposed ideas
and content with other participants and the rest of the world.
An earlier list (2005) of Connectivist principles from Siemens also
informs the pedagogy behind MOOCs:
1.
Learning and knowledge rest in diversity of opinions.
2.
Learning is a process of connecting specialised nodes
or information sources.
3.
Learning may reside in non-human appliances.
4.
Capacity to know more is more critical than what is
currently known.
5.
Nurturing and maintaining connections is needed to
facilitate continual learning.
6.
Ability to see connections between fields, ideas, and
concepts is a core skill.
7.
Currency (accurate, up-to-date knowledge) is the
intent of all connectivist learning activities.
8.
Decision making is itself a learning process. Choosing
what to learn and the meaning of incoming information is seen through the lens
of a shifting reality. While there is a right answer now, it may be wrong
tomorrow due to alterations in the information climate affecting the decision.
It is suggested that connectivist MOOCs are in a better position to
support collaborative dialogue and knowledge building than models adopting
other approaches
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