O livro digital no Brasil
O Brasil é um país gigantesco que merece estratégias ágeis
de acesso à cultura. A internet (e mais sistemas de transmissão) pode salvar
milhões de brasileiros e brasileiras da ignorância, desde que os custos
diminuam, aumente a acessibilidade aos meios de comunicação, exista oferta
abundante de livros digitais de modo que obras didáticas até romances possam
ser adquiridos pela grande maioria de nossos compatriotas.
O MEC, as secretarias estaduais e municipais podem produzir
material para utilização de suas escolas urbanas e rurais, assim como ONGs
dedicadas à educação. Muitos livros excelentes existem à disposição de leitores
que saibam acessar portais livres. Nossos mestres precisam saber fazer
acontecer. O fundamental é valorizar o livro digital e criar, produzir e distribuir
leitores digitais ou simples computadores para aproveitamento desse imenso
potencial que é a internet universal.
A importância da WEB transcende interesses comerciais e deve
se transformar em objeto de atenção privilegiada de todos nós.
Infelizmente a telefonia móvel vive os modismos, criando
falsas impressões em relação ao que poderíamos dispor há muitos anos,
independentemente do número de Gs. A favor da literatura não há necessidade de
milhões de antenas, de super-sistemas; o essencial será a redução drástica dos
custos dos suportes, dos aparelhos para servirem qualquer cidadão, assim como a
oferta de títulos em português e com recursos de acessibilidade para pessoas
com deficiência(s).
Note-se que um bom aparelho de leitura de livro digital
(portátil ou não (um simples PC, notebook etc.)) poderá ampliar textos, ser
conectado a sistemas de som, gerar figuras, ser conectado a impressoras, portar
tradutores, etc. Gradativamente softwares mais avançados serão criados
viabilizando soluções fantásticas.
Gasta-se muito dinheiro, ano a ano, com livros didáticos
convencionais, muitos de qualidade discutível. Os livros digitais podem ser
atualizados, corrigidos e aprimorados diariamente, basta existir um padrão de
conexão nas escolas com acesso à internet. Isso, com certeza, afeta uma
indústria que o contribuinte paga. O pior, contudo, é a falta de flexibilidade
em livros de papel. Muita discussão aconteceu em torno dos livros distribuídos.
O Brasil é gigantesco e querer padronizar textos e mensagens é até criminoso,
afinal todos têm o direito de preservar e viver dentro da cultura de seus pais
e amigos. Não é assim com as comunidades indígenas?
O aparelho portátil para residência do livro digital é leve,
muito mais fácil de ser transportado do que pesadas obras de papel. Nas grandes
cidades o preço do metro quadrado de construção cresce sem parar. Estantes com
possibilidade de fechamento (nunca esquecendo a poeira, ácaros, alergias) são caras
e vão ficando pesadíssimas. Ocupam espaços preciosos em pequenas residências.
Fontes de energia elétrica não convencionais (fotovoltaica,
micros geradores eólicos, geração de energia com detritos etc.) podem abastecer
escolas distantes de redes de energia. Os conversores de frequência de PCs não
são exigentes...
Com certeza o livro clássico causa nostalgia. Muitos entram
para a história de seus leitores...
Precisamos, contudo, aproveitar ao máximo as soluções
inovadoras a favor da redução de custos, mais saúde, funcionalidade e precisão,
rigor.
Século 21, tempo revolucionário por excelência. Assusta os
mais velhos e encanta as novas gerações cujas crianças muitas vezes são
obrigadas a carregar pesos enormes com livros que poderiam ser armazenados em
pequenas lousas eletrônicas portáteis. Para quê castigar as crianças?
O livro atual teve predecessores em rolos de pergaminho,
papiros e talvez folhas de algumas plantas e cascas de árvores. O tempo dos
tijolos existiu assim como o dos metais, pedras e tambores. Imaginem o que para
muitas gerações significou mudar de padrões.
A natureza é dinâmica, nada impede que alguma catástrofe
devolva a Humanidade ao tempo das pedras. Enquanto pudermos, contudo, devemos
evoluir e aprimorar as oportunidades que a Engenharia, empreendedores e a
criatividade de alguns gênios da Humanidade estão produzindo.
O Brasil, os brasileiros e brasileiras do futuro precisam
disso.
Cascaes
18.08.2015
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