O Brasil é o pasto dos sindicatos (patronais, empresariais, de empregados etc.), corporações, lobbies etc. O efeito desses grupos, principalmente dos mais abonados, é muito ruim para o nosso povo. Não querem mudanças, tem medo da inovação. Estamos sempre na rabeira dos grandes processos.
Podemos agora estar felizes com o sucesso de alguns setores, vivemos num país soberbamente rico por natureza. Descobrimos petróleo e temos minerais de extremo valor (e há muito mais escondido em lugares que ONGs estrangeiras tentam esconder). Logo estaremos exportando água doce, se isso já não está acontecendo em tanques de navios que navegam no Rio Amazonas. Superamos a crise financeira graças a uma política draconiana de proteção a banqueiros (e bancários, sempre torcendo para os bancos terem lucros maiores) ...
Nosso povo tem potenciais inexplorados. Como qualquer nação mestiça, rica em ascendências, cadinho de povos, aqui deveria ser um foco de inovações, de criatividade. Não somos, por quê?
Há menos de um século o nosso país saia de um governo estático para o dinamismo da cópia, da imitação. Nossas capitais procuravam Haussmmans na tentativa de parecerem civilizadas, na maioria das vezes empurrando para os morros e subúrbios o povo mais pobre (vide, por exemplo “Quase-cidadão”, livro organizado por Olívia Maria Gomes da Cunha e Flávio dos Santos Gomes). E pobres continuam os miseráveis que desde aquela época não têm acesso a escolas, teatros, clubes de poesia e coisas assim.
Maravilhosamente o mundo está mudando. Vale a pena, por exemplo, ler o livro “Youtube e a revolução digital” de John Hartley e Henry Jenkins assim como procurar entender a enormidade do “Projeto BEL” em desenvolvimento na COPEL (1) . Estamos no Brasil no limiar de uma revolução que na Ásia (Japão), América do Norte (EUA e Canadá) e na Europa (em sua parte mais inteligente) já acontece há muito tempo. Se Al Gore merece algum destaque o será muito mais pela defesa enérgica das infovias nos EUA, quando vice-presidente daquele país, do que pela histérica preocupação com o CO2.
As oportunidades industriais e comerciais se renovam com as oportunidades criadas em laboratórios de alta tecnologia. A Amazon (2) dá o exemplo com o lançamento dos leitores de livros e jornais digitais, portáteis, oferecendo quase quatrocentos mil títulos que podem ser baixados em seu leitor (mediante pagamento do download, óbvio). A indústria de PCs evolui extraordinariamente enquanto o LINUX, Wikipédia e a Google (entre outros) resistem a pressões mercantis selvagens. No Brasil, lamentavelmente, temos as barreiras do mau serviço de internet, mas, quem sabe, por efeito de novas tecnologias e pressão popular as coisas melhorem.
Estamos com problemas, mas temos muito mais do que era imaginável há uma década. O fundamental é explorarmos ao máximo os recursos existentes a favor da evolução do nosso povo, lutando para mais ferramentas e melhores sistemas de comunicação aconteçam.
A inércia política é um pesadelo, mas nossos líderes logo descobrirão que ganharão um lugar na história se trabalharem a favor da universalização da internet, banda larga, de alta qualidade. Paralelamente as nossas secretarias de educação em todos os níveis irão descobrir o potencial da literatura digital, do EAD (Ensino a Distância), dos programas culturais e educativos feitos por brasileiros para brasileiros, dos filmes, museus e laboratórios virtuais, excursões educativas etc., ou seja, o mundo de coisas que poderão existir nas paredes de qualquer escola brasileira graças às telecomunicações, à vontade firme, enérgica a favor da universalização cultural, profissional e educacional.
Mais ainda será a possibilidade de alto grau de acessibilidade, de multi-programação, de inclusão, de customização da programação desde que nossos governos gastem de forma justa e precisa o dinheiro (verbas gigantescas) que hoje usamos para editar porcarias, fazer programas pouco produtivos, sustentar histerias importadas etc.
Precisamos dar um grande salto para frente, um avanço acelerado, objetivo, eficaz nos processos educacionais visando, acima de tudo, o ensino e educação do primeiro e segundo graus.
A tecnologia é nossa aliada, basta saber usá-la.
Cascaes
26.12.2009
(1) http://www.copel.com/hpcopel/telecom/nivel2.jsp?endereco=%2Fhpcopel%2Ftelecom%2Fpagcopel2.nsf%2Fdocs%2F1AC4A4010374897303257537005E23E9
(2) http://www.amazon.com/dp/B0015T963C/?tag=gocous-20&hvadid=4139327417&ref=pd_sl_7p2cs87ao_b
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